quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Nota de esclarecimento dos alunos

Barreiras, 23 de setembro de 2009

No fim do primeiro dia da manifestação os professores Ângelo Marconi Manieri, Flavio Aparecido, Janes Teresinha Lavoratii, Poty Rodrigues de Lucena, Telmo Camilo, acompanhados dos estudantes Eloise e Junio, se deslocaram ao campus Prainha ocupado pelos estudantes da geologia logo após uma reunião da congregação, a qual os professores citados fazem parte.

Estes professores, mesmo alguns deles tendo declarado desde o início estarem contra ao movimento, criaram uma comissão “neutra” com o pretexto de tentar mediar o diálogo, até então “conflituoso” entre a diretoria e os alunos. Um dos integrantes da comissão, que se posicionou contra a manifestação, afirmou que não tinha conhecimento sobre os problemas da geologia, sendo que o mesmo é membro da congregação onde é discutido com freqüência o assunto.

Inicialmente o discurso dos integrantes da comissão era o de “tentar entender o problema”. Foram então passados os problemas relativos à falta de professores, livros e laboratórios explicando para a comissão a gravidade da atual situação. Ao fim do diálogo, a comissão explicou que precisava ouvir o Coordenador do curso, professor José Cláudio.

Para o Coordenador o curso de geologia vai de vento em polpa, mesmo com o fato de grande parte dos alunos já terem feito matérias sem os laboratórios necessários (Lab. de Paleontologia, Sedimentologia, Rochas e Minerais, Geoquímica além do essencial Lab. de laminação). O discurso de J.C. sobre o problema de professores é que alguns deles podem lecionar outras matérias como por exemplo: O professor de Paleontologia lecionar Sedimentologia, Estratigrafia, Geologia de Campo I e Mapeamento Sedimentar; O professor de Petrologia Ígnea ficaria também com as matérias: Mineralogia I, Mineralogia II e Geoquímica. Assim, todos os professores de geologia tapariam os buracos das matérias que faltam professores, para formar ao fim “Quebra-Galhos em Geologia”. Provavelmente ele desconsiderou que os professores ainda precisam oferecer Geologia Geral para o curso de Geologia e outros quatro cursos (Engenharia Sanitária e Ambiental, Engenharia Civil, Biologia e Geografia).


Segundo J.C., existem vários alunos do curso de Geologia que possuem muitas matérias como Cálculo e Física atrasadas. O que uma coisa tem a ver com outra? Ora, o atraso destas matérias, as quais não impedem um aluno prosseguir normalmente seu curso, é um problema dos alunos que estão nesta situação, o que não pode acontecer é deixar de resolver o problema dos que estão mais adiantados por causa daqueles que se atrasaram. Mesmo que fosse um único aluno, estas matérias deveriam ser oferecidas, caso contrário nem existiriam por exemplo os cursos de Física e Matemática em Barreiras. Agora vejamos: por que em meio a tantos problemas óbvios o coordenador insiste em dizer que está tudo bem? Medo de ser apontado o responsável por esta situação?

Após a tal conversa da “comissão neutra” com o coordenador do curso, esta primeira trouxe para os alunos as grades de cada um com as matérias que precisariam fazer, mostrando-se na mesma posição do professor J.C.. Não reconhecem a falta de professores como um problema real, mesmo que as matérias que deveriam ter sido oferecidas ainda não foram, nem estão sendo, nem se tem certeza se serão oferecidas semestre que vem. Recusaram-se ainda a mostrar estes documentos que fizeram com que a comissão chegasse a tal conclusão, tanto para os alunos como para os representantes dos estudantes na comissão. Provavelmente para eles, os alunos adiantados deveriam esperar os atrasados para só então reivindicar pelas matérias que estão à frente.

A tal comissão mediadora se propôs nesta mesma reunião a tentar ajudar a resolver os problemas, como por exemplo oferecendo voto da congregação em favor do laboratório de laminação, em TROCA da aceitação de algumas propostas, como por exemplo:

- A liberação do setor administrativo
- Aceitar a reunião com o reitor dentro do campus ocupado, juntamente com a comissão
- Qualquer decisão acordada não poderá ser voltada atrás
- Com a chegada do reitor o campus seria liberado.


Os estudantes de Geologia recusaram as propostas da liberação do campus administrativo por se tratar de uma estratégia da comissão para enfraquecer o movimento. A manifestação não faria nenhum sentido se os alunos liberassem qualquer um dos campi antes da resolução do problema. Além do mais, a comissão não foi criada para “tentar resolver” e sim mediar a situação. Após passado isto para a comissão, esta disse que não comprometeria mais o voto da congregação em favor do laboratório de laminação, tampouco nos apoiariam na resolução do problema de professores e livros.

Para os estudantes este comportamento chantagista demonstrou claramente a não-neutralidade da comissão em relação ao manifesto e a ineficiência desta para a mediação das partes.

Outra postura clara da comissão de não neutralidade foi a de após a rejeição das propostas se deslocar até o campus Padre Vieira, o qual os alunos dos outros cursos ocuparam em apoio ao movimento, para tentar fazer uma reunião com os mesmos. Esta iniciativa mostra a tentativa desesperada de retirar o apoio dos outros cursos aos alunos de Geologia. Obviamente a entrada desta comissão não foi permitida pelos próprios alunos dos outros cursos. Por estes motivos os estudantes desconfiam desta comissão por esta se portar parcialmente quando deveria assumir uma postura neutra, a qual foi proposta inicialmente.

Os integrantes da comissão declararam ainda “não fazer sentido nenhum” a exigência de professores específicos para as matérias. Como não? Não estamos pedindo um professor para cada matéria específica, apenas que não continuassem a “tapar buracos” até o fim do curso.

O que os alunos há muito tempo vêm pedindo é algo simples: melhores condições para o andamento do curso de Geologia. Soluções para a questão de falta de professores, medidas para a montagem dos laboratórios e aquisição de livros.


Deficiência atual no quadro de professores:
Mineralogia I e II
Sedimentologia\Estratigrafia\Geologia de Campo 1\Mapeamento Sedimentar
Paleontologia
Petrologia Metamórfica\Mapeamento Metamórfico
Geologia Histórica
Geologia do Petróleo
Geotectônica
Geofisica

Próximo semestre 2010/1
Geologia Econômica \ Recursos Energéticos
Geologia do Brasil
Geologia de Campo III

Laboratórios em pendência:
Paleontologia
Sedimentologia
Rochas e Minerais
Laminação
Geoquímica\Técnicas Analíticas

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O VICE-REITOR ESTÁ AÍ!


ULTIMAS NOTÍCIAS. AGORA ANOITE FOI CONFIRMADA A PRESENÇA DO VICE-REITOR, MESQUITA, NA CIDADE DE BARREIRAS.
CONVOCAMOS TODOS OS ALUNOS DA UFBA PARA REINUÃO EXTRAORDINÁRIA NO DIA 23, QUARTA FEIRA ÁS 7 DA MANHÃ!?
A PRESENÇA DE TODOS É FUNDAMENTAL!

ATUALIZAREMOS AS INFORMAÇÕES JHA!
POST EXCLUSIVAMENTE INFORMATIVO E CONVOCATIVO!

domingo, 20 de setembro de 2009

A LUTA CONTINUA!


Hoje, ja o sexto dia de paralisações e nenhuma notícia oficial.A diretora  Joana disse à comissão que "acha" que o vice-reitor poderia vir até a terça no maximo ao meio dia, porém nada oficial. Vemos que há todo um descaso também, pois a reitoria não entra em contato nem se pronuncia, como se nem soubesse de tudo isso. 
Felizmente, os alunos continuam firmes na paralisação em ambos os prédios, contando com a colaboração de todos os cursos. Estão preparados para ficar o tempo que for preciso, até que a direção da UFBA se pronuncie!

No campus do Padre Vieira (sede) os alunos de apoio continuam acampados. Atividades estão sendo feitas até mesmo para fortalecer os estudantes já que tudo isso é mesmo cansativo. Entretanto a organização e o empenho dos alunos é o que está fazendo este movimento resistir, pois todas as dificuldades de negociação, a incerteza da vinda do reitor e a pressão exercida sobre os alunos não estão fazendo com que o movimento se enfraqueça.
Muito pelo contrário. Nos últimos dias, entrevistas nas rádios locais fizeram com que a população tivesse um maior conhecimento do acontecido e assim pudemos também esclarecer o motivo de tal atitude.
Em blogs e comunidade muito foi questionado sobre a importancia disso tudo para a sociedade, já que por desconhecer a importancia da Geologia, muitos nao apoiam ou banalizam o movimento.
ENTENDEMOS QUE, PARA A REGIAO E PARA O BRASIL, A EXTINÇÃO DO CURSO SERÁ DE EXTREMO "PREJUIZO" UMA VEZ QUE A REGIÃO OESTE (PRODUTORA DE SOJA, ALGODÃO DENTRE OUTROS) PEDE UMA DEMANDA MAIOR DE PROFISSIONAIS NA ÁREA. MAIS UMA TURMA DE GEOLOGOS NAO FORMADOS REPRESENTA TAMBÉM MENOS PROFISSIONAIS DISPONÍVEIS NO BRASIL TODO.
NO CASO DE BARREIRAS, UMA PERDA DESSE PORTE TRARIA, POR EXEMPLO, MENOS INVESTIMENTO EM PROJETO NA UNIVERSIDADE (O QUE SE AFETARIA TODOS OS DEMAIS CURSOS), UM ATRASO DA CONCLUSÃO DE OUTROS CURSOS QUE TBM PRECISAM DE PROFESSORES DA AREA (COMO ENG SANITÁRIA E  AMBIENTAL, GEOGRAFIA) , PERDA DE UM INVESTIMENTO FEITO PARA A IMPLANTAÇÃO DESTE, ETC.
ACREDITAMOS QUE ESTE É UM PROBLEMA NACIONAL, POIS TODOS OS ANOS SÃO MENOS ALUNOS SE FORMANDO NO CURSO, JUSTAMENTE PELAS DIFICULDADES APRESENTADAS, QUE SÃO COMUNS A TODAS UNIVERSIDADES. 
PORÉM, A EXTINÇÃO DO CURSO OU A TRANSFERÊNCIA DELE NÃO SÃO SOLUÇÕES VIÁVEIS AOS ESTUDANTES. A EXTINÇÃO SÓ TRARIA UM RETROCESSO EM TUDO QUE JÁ FOI FEITO NA EXPANSÃO UNIVERSITÁRIA E AGRAVARIA A SITUAÇÃO DA GEOLOGIA EM TODO O PAÍS. A TRANSFERÊNCIA, ALÉM DE PIORAR A SITUAÇÃO DO CURSO EM SALVADOR AGRAVARIA A SITUAÇÃO DOS OUTROS CURSOS AQUI QUE DEPENDEM DA ÁREA.
DE QUALQUER FORMA, CORRER DO PROBLEMA NÃO É SOLUÇÃO. SÃO 59  ALUNOS PARA SEREM TRANFERIDOS E MUITOS NÃO TÊM AS MÍNIMAS CONDIÇÕES  FINANCEIRAS DE SOBREVIVER EM UMA CAPITAL. VIMOS QUE O CURSO SÓ CHEGOU A ESSE PONTO POR NEGLIGÊNCIA E FALTA DE PLANEJAMENTO DA UNIVERSIDADE. SÓ QUE ISSO NÃO COMPETE AOS ALUNOS. 



sábado, 19 de setembro de 2009

OCUPAÇÃO DA UFBA BARREIRAS!


Barreiras, 16 de setembro de 2009

Os alunos de Geologia da Universidade Federal da Bahia decidiram por unanimidade efetivar a ocupação do campus prainha com o intuito de expor os problemas que estão passando desde a implantação deste curso. O curso de geologia não mostrou, ou mostra daqui pra frente condições de oferecer Mineralogia I, Mineralogia II, Paleontologia, Sedimentologia, Geologia de Campo I, Estratigrafia, Petrologia Metamórfica, Geologia Histórica, Mapeamento Sedimentar, Geoquímica, Geoestatística, Geotectônica, Geologia do Petróleo e Mapeamento metamórfico. Além destas, cinco matérias das seis que deveriam ser oferecidas 2010.1: Geologia Econômica, Geologia do Brasil, Geologia de Campo III e duas optativas. 
Após muitas reuniões com os diretores concluímos que não há a possibilidade de resolução sem que chamemos os responsáveis que, ao que foi mostrado até agora, são os integrantes da reitoria da Ufba-Salvador. A intenção deste manifesto é acelerar uma resolução antes de chegarmos ao ponto de os alunos precisarem trancar o curso pela falta de matérias disponíveis. A grande maioria (90%) destes são de fora da cidade e não terão condições de arcar com tantas despesas para cursar um semestre inteiro fazendo poucas matérias, estendendo ainda mais o período de formação. Os problemas da falta de professores são agravados pela deficiência de livros e a ausência de um laboratório de laminação, os quais precisamos imediatamente.
Em várias reuniões nos foi dito e desmentido sobre uma possibilidade de transferência para Salvador. Isto nem partiu de nós estudantes tampouco é uma reivindicação nossa, mas foi passado como se coubesse aos alunos decidirem. Entendemos que não cabe aos alunos decidirem o que será feito para solucionar este problema.
 Os outros cursos do ICADS (instituto de ciências ambientais e desenvolvimento sustentável) aderiram a greve no campus Padre Vieira em solidariedade e apoio ao nosso manifesto. Sendo assim, continuaremos em paralisação geral até que Naomar compareça para nos dar uma posição sobre o destino dos alunos e do curso de Geologia de uma vez por todas nesta Universidade, pois não podemos esperar mais.  

Atenciosamente:
Diretório Acadêmico de Geologia – ICADS - UFBA


ps: segue nos proximos posts videos e fotos da paralisação!